02 outubro 2009

Dicionário de Sul-Matogrossensês

Dicionário Sul-Matogrossense


Álas : Pô!;Putz!

Almocinho; Quebra-Torto; Quebra Jejum: A primeira refeição do dia: arroz carreteiro, mandioca, farofa, chá, etc. .

Arreio: Aparelho de montaria com três peças principais: peças de cabeça, peças de barriga, peças de garupeira.

Arroz carreteiro; Maria-Pintadinha; Maria Chica: Arroz com carne: Arroz feito com carne seca oreada, cortada em pedaços miúdos. Variantes:.

Barriga verde: Pescador iniciante, aprendiz.

Batchã; Ôma: Avó.

Beradiando o rio: Andando na margem do rio.

Birola; Bulita:Bola de gude.

Biscate: Puta.

Boiadeira: A vaca mais velha do rebanho.

Bomba: Pequeno canudo de metal que possui numa das extremidades um bojo crivado de furinhos e, na outra, uma parte achatada, por onde se chupa o tereré ou mate, tomado em cuia ou guampa).

Bugre: Pantaneiro descendente de índio.

Bruaca: Caixa que leva mantimentos e utensílios carregados nas mulas comitivas conduzidas pelo cozinheiro

Camalote:Planta aquática do Pantanal que se desloca com o movimento das águas.

Canha: Pinga.

Casaco: Qualquer agasalho,até mesmo jaqueta.

Casquear: Aparar os cascos do cavalo.

Chamar O Juca: Vomitar.

Chipa: Bolo assado, espécie de rosca feita de polvilho com sal, gordura, ovo e água ou leite

Corixo: Braço de rio que serve de cais em fazendas.

Coró: Larva.

Chucro: Cavalo que ainda não foi domado.

Cuia: Recipiente feito de fruto maduro da cuieira, usado para colocar a erva-mate, a água, introduzir a bomba, preparar e tomar o mate.

Desmentir: Desfazer uma mentira.

Ditchã: Avô.

Empetecou o trem: Algo deu errado.

Errorex: Corretivo.

Fardos: Coisa ou um conjunto de coisas, mais ou menos pesadas e volumosas, que, depois de embrulhadas, se destinam a transporte; carga, embrulho, pacote.

Galheta: Bolacha

Graxa: Gordura do boi ou vaca, que após derretida no fogo é usada para temperar os alimentos e fazer sabão.

Guaiaca:Cinturão de couro que carrega o revólver e a faca.

Guapo: Pessoa prestativa e ágil

Guampa: Cuia feita de chifre de boi para tomar o tereré.

Guarda: Proteções de couro que protegem a perna do campeiro.

Mais Quá.: Mas como assim?

Mate: Chimarrão quente.

Matula: Refeição levada para o campo: Carne seca com farinha, levada no sapicuá, por quem viaja a cavalo por longas distâncias.

Meio José: Meio preocupado.

Mitacunhã Porã: Moça bonita.

Pá caba: Quando uma coisa dá errado, ou alguém faz uma merda muito grande.

Paga-Pau: Idiota.

Pandorga: Pipa.

Peças da casa: Cômodos.

Pelego: Peça feita de pele de carneiro com a lã tratada, que serve para usar sobre o arreio, tornando o assento mais macio e confortável.

Pirangueiro: Piloto de voadeira.

Pôr: Colocar algo em algum lugar.

Rabejar: Cortar os pêlos do gado para marcar qual já foi vacinado.

Sapicuá: Espécie de bolsa ou saco, onde se carregam a matula e os apetrechos para o tereré.

Sopa sem caldo: Sopa paraguaia.

Tereré; Teres;Teras;Verde: Bebida refrescante, tomada com auxílio de bomba de metal, introduzida no centro do recipiente, onde se coloca a erva-mate e a água fria ou gelada. Conversa durante a pausa para o lanche entre dois turnos de serviço.

Trompar: Trombar .

Vamos mexer o doce: Vamos agilizar.

Vasilha: Louça.

Verde: Fruta não-madura.

Voadeira: Barco de pesca.

Vochi; Vôte: Interjeição de repulsa ou espanto.





Ser Campograndense É




Achar Campo Grande a cidade a mais linda, com as ruas mais largas, mas reclamar que está ficando muito violenta e que o trânsito é um inferno.

Achar estranho cidades com vários McDonald's.

Achar que os Bugrinhos da Conceição dos Bugres são a coisa mais cult do mundo, além de serem presentes baratos para pessoas distantes.

Acreditar sinceramente que em Campo Grande não existem favelas só porque não existem morros.

Classificar "selva de pedra" como substantivo abstrato.

Comer Big Mac por status, mas não resistir a um X-Tudo dos carrinhos da Afonso Pena no fim da balada.

Emocionar-se ao saber que vão construir o primeiro Wall-Mart da cidade.

Dizer "Morena dos dente aberto, vai no pagode que o baruio é certo!"

Dizer que não gosta de ir ao shopping, que a cidade não precisa de um shopping novo, mas sonhar com a inauguração de um novo shopping.

Dizer que São Paulo é poluída demais, porém andar no Centro, jogar lixo no chão e viver reclamando que ali é muito sujo.

Dizer que vai morar em outra cidade,mas não conseguir se mudar.

Dizer "Vou no Macalé" sem ter a mínima idéia se vai realmente lá.

Fazer aquele programa básico de pobre na quarta-feira: meia-entrada no Cinemark e batata recheada de frango por R$ 5,50.

Fazer happy-hour pra encher a cara.

Ficar todo animado quando sai notícia de Campo Grande na mídia nacional,depois respirar fundo, contar até dez e fazer pose blasé: "Cidade … Nem pra aparecer no jornal com noticia boa!".

Gostar de provocar os cuiabanos,mesmo sem necessidade nenhuma disso,irritá-los e, assumir um ar blasé e dizer que eles estão sendo infantis;depois apaziguá-los,e, quando eles quase topam ser seus amigos, alfinetá-los de novo.

Ir pra fazenda nas férias de inverno e de verão.

Ir pro Comper Jardim dos Estados beber no estacionamento durante ou depois da balada.

Jurar de pés juntos que não existe melhor peixe do que o da Casa do Peixe, na Cabeça de Boi.

Jurar que esse ano Campo Grande vai ter 1 milhão de habitantes, e anualmente quebrar a cara com o aumento populacional de oito pessoas.

Lembrar que você sempre perde o par de luvas que comprou durante a frente fria passada, e terá que comprar outra no Camelódromo, e perder essa luva no dia seguinte.

Levar meia-hora para dar a volta de carro no seu quarteirão porque precisa parar pra tomar tereré em todas as casas.

Notar que tem cocô de capivara nos seus sapatos depois de voltar da Universidade Federal.

Saber de cor a ordem das borboletas empalhadas no Museu Dom Bosco.

Saber que a carteirinha de estudante não é aceita em todos os lugares.

Saber que a mãe vai acordar cedo no domingo e dirigir até o centro, pra ver se saiu em algum jornal distribuído gratuitamente na Afonso Pena.

Saber que as bandas de vanerão da cidade têm nomes mais compridos do que as de rock.

Saber o que é um sobá.

Saber o que é uma guria.

Saber que o maior point da sua turma é um posto de gasolina.

Saber que os bares são inaugurados e fechados em três meses, em média.

Saber que chipa não leva fermento.

Saber que um Joselito é um agroboy e já estudou com uma média de 10 agroboys em toda a sua vida.

Saber que qualquer dor de cabeça ou mal- estar, independente dos exames médicos, necessariamente pra você será dengue;ou qualquer tosse ou gripe será "virose". E não só pra você, mas para toda a cidade.

Saber que quando se esgotam as opções de "balada", você vai gastar gasolina à-toa dando uma volta no Parque dos Poderes.

Sair de casa à 1:00 da manhã do sábado sem ter escolhido uma balada, e quando finalmente decidir, não haver mais ninguém lá.

Ser boy, agroboy, fazendeiro, nerd ou maluco.

Ser capaz de passar um dia inteiro tomando tereré. E a noite inteira também.

Ter o "hábito" de jogar papel no chão quando está dirigindo, e se achar muito asseado e civilizado.

Ter orgulho de uma das maiores exposições agropecuárias do Brasil, mas odiar passar pelos pavilhões de gado e sentir aquele cheirinho de bosta de vaca.

Ter o privilégio de AINDA assistir o O Povo na TV, enquanto no resto do país o SBT exibe Os Simpsons.

Ter Orkut, já ter usado o mIRC e conhecer pelo menos 30% dos seus amigos atuais pela internet.

Ter péssima memória "climatológica",jurando até à morte que ano passado não fez frio, mas que esse ano está sendo supreendido por um frio intenso e passageiro,e no. ano que vem dizer que este ano não fez frio, e se emocionar, novamente, com a descoberta de uma frente fria no ano que vem. Esquece completamente que dois dias antes da temperatura cair a 8 graus estava fazendo 38 graus e não chovia há um mês. Ano que vem, dizer que este ano não foi assim tão quente. É tudo culpa do aquecimento global.

Terminar as baladas de sábado na feira.

2 comentários:

Tânia Souza disse...

kkkkk, adorei ^^

pantaneiro disse...

Realmente,só quem mora muitos anos nessa cidade pra entender o que vc escreveu.Tenho um blog no facebook e lá escrevo também muitas coisas de nós sul-matogrosenses:Blog do pantaneiro.